terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Natal, família e depressão


A ideia da família reunida a festejar o Natal está longe de despertar afectos consensuais, pois a forma como cada pessoa sente a sua família e a sua relação com cada um dos seus elementos, pais, irmãos, primos, etc, é única. Ora se nesta época é socialmente obrigatório que essa reunião aconteça é também psicologicamente obrigatório que a reactualização dos conflitos latentes venha ao de cima, com tudo o que isso implica.

Zangas antigas, por vezes tanto quanto as pessoas e/ou velhos ciúmes, todos se enfeitam para a noite de Natal e ameaçam sair do armário à hora da Ceia. Seja a rivalidade com o irmão pelo lugar preferido junto do pai ou mãe, seja a tristeza pelo sentimento de falta de amor ou atenção. Não é portanto de estranhar que as vésperas sejam vividas com um misto de excitação e/ou inquietação, à medida da história de cada um.

Se a força das mágoas antigas ou o vazio de afectos dominarem a cena poderá emergir a tristeza, a depressão, o sentimento de profunda solidão, mais violenta ainda pelo sentimento de diferença e inadequação face a um mundo inteiro que festeja.

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